sexta-feira, 1 de março de 2019

Rotina


  Quando a Professora me desafiou para escrever um texto para o jornal da escola, lembrei-me logo que poderia experimentar escrever uma crónica sobre um evento importante da minha vida.
   Depois de muita, muita, muita reflexão, não me surgiu nada, só me lembrei do bolo de chocolate que comi na semana passada (mas que rico bolo!). Como não tinha nenhum momento especial do qual pudesse falar, decidi descrever a minha rotina diária e, acredito, a de todos durante a semana.
Rotina diária
   De manhã é simples: acordar; tomar banho; vestir; pequeno-almoço; lavar os dentes; escola…
   É uma pena que as coisas não aconteçam com a mesma serenidade com que tu estás a ler este texto, pois agora temos de pôr tudo em velocidade 5x. Senão vejamos: como a minha pessoa é o cúmulo da responsabilidade, decido acordar trinta minutos antes das aulas, o que me deixa com pouco tempo. De repente, encontro-me no banho, com a água a correr, a vestir as calças enquanto “marfo” uma torrada.
    Após esta pequena aventura, sigo a pé o caminho da escola, o que por vezes me ajuda a refrescar as ideias. Porém, quando está muito frio, ajuda-me é a congelá-las e, como vivemos na Guarda, acontece mais vezes do que o desejável.
   Entro na escola e ouço aquele “BIPPPPPPP” infernal produzido pela máquina da entrada que, para quem acabou de acordar, não é o melhor som de se ouvir. Às vezes faz-nos lembrar o nosso irmão mais novo, depois da primeira aula de flauta na escola, praticando em casa, achando-se o flautista de Hamelin.
   A seguir animo-me, pois vou encontrar os meus amigos e pôr a conversa em dia. Quando chego à sala, parece que todos tiveram a pior insónia das suas vidas. Uns têm umas olheiras até ao queixo, (ficaram acordados até às duas da manhã a ver a novela brasileira da SIC em que o Roberto ameaça matar a filha do Felisberto e da Laurinda, caso ele não lhe devolva o colar da família Kaiser). Outros colados ao telemóvel, jogando os jogos mais inúteis que não sabíamos sequer que existem, se não fossem eles. Aí, confronto-me com duas hipóteses: ou tento alegrá-los ou junto-me a eles. E, como sou uma pessoa que não gosta de fugir às modas, junto-me a eles. A partir desse momento parece que saí da escola e entrei num programa de mortos-vivos.
   Depois, aparece o nosso amado professor que, com cara de poucos amigos, chega com um grande desânimo por ter de repetir pela quinquagésima quarta vez a matéria naquela semana e entramos para uns dolorosos cinquenta minutos de amor… Este ano cinquenta minutos graças a uma entidade superior magnífica, estupenda, graciosa, zeladora de todos nós e que alterou os noventa minutos do ano passado para cinquenta.
   Mal estes acabam, ganhamos uma alma nova por uns escassos e fugazes dez minutos de intervalo, até que estes monstruosos cinquenta minutos se voltem a repetir com outro professor. Quando este processo atinge a quarta/quinta vez, chega a miraculosa, divina hora de almoço.
   De tarde o processo repete-se e, quando chega a hora de ir para casa, é bastante simples: lanchar, fazer os TPC, estudar, jantar, ver televisão e caminha (obviamente que eu acrescentei apenas “estudar” à rotina, porque os meus professores vão ler o texto).
Este é o fim da minha diversificada rotina. Penso que tem sido o meu modelo de vida desde há oito anos a esta parte e que continuará ainda nos próximos quatro. MAL POSSO ESPERAR!

Ah! Esqueci-me de acrescentar que tenho outra vida além desta!

João Roque, 9ºA (Escola da Sé)