quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Dia Internacional para a Tolerância

       O dia 16 de Novembro foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional para a Tolerância. Esta é uma das muitas medidas da ONU no combate à intolerância e não aceitação da diversidade cultural.
       Tolerância é um termo que vem do latim "tolerare" que significa "suportar", "aceitar". A tolerância é o ato de indulgência perante algo que não se quer ou que não se pode impedir.

       A tolerância é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade. Uma pessoa tolerante normalmente aceita diferentes opiniões ou comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio social. Este tipo de tolerância é denominada "tolerância social".
      
       Podemos não concordar, mas aceitamos!!


Imagem: NeoMitoSofia-Worldpress.com


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Uma águia em Cairrão

     No passado dia 2 de outubro, quando regressava do parque, perto da minha casa vi uma águia.
     Ela estava num pilar de um terreno à frente da minha casa. Saí do carro e fui a correr para a observar. Tinha umas penas castanhas e nas asas pintas brancas.
Passados alguns dias voltei a vê-la no mesmo local.









Matilde Almeida
4º Ano (Escola Básica de Alfarazes)

Comemoração na Escola Básica de Alfarazes

    Dia 18 de setembro de 2016 de manhã houve uma comemoração da escola E.B Alfarazes. Vieram pais, crianças, senhores da câmara e os presidentes da câmara e da junta de freguesia.
   Uma das crianças, a Irís cortou a fita. Muitas crianças divertiam-se enquanto outras estavam com vergonha. Todos estavam espantados com o aspeto das salas de aulas e de seguida todas as crianças foram para a sala da turma B a tentar adivinhar:
      -Qual é a pessoa mais importante desta escola?
    Antes de decifrar a resposta a professora da turma B mandou  cada criança olhar para caixa, porque era lá onde estava a resposta. Quando algumas das crianças viram o que estava dentro da caixa começaram a rir-se mas não tinham nada de o fazer porque aquilo era a sério.
      A resposta certa são todos aqueles que fazem parte da nossa escola.

Eduardo Miguel Pires

Ano (Escola Básica de Alfarazes)


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Bolinhos e bolinhós

      O Dia das Bruxas é conhecido mundialmente como um feriado celebrado principalmente nos Estados Unidos, onde é chamado de Halloween.
       Em Portugal, a tradição um pouco diferente, tem como característica o peditório pão-por-Deus. É um peditório ritual feito por crianças, embora antigamente participassem também os pobres, associado às práticas relacionadas com as refeições cerimoniais do culto dos mortos.
      Cantava-se assim às portas:

Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados
Qu’estão mortos, enterrados
À porta daquela cruz
 .
Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho
.
Faz favor de vir cá fora para dar
Um bolinho ou tostãozinho

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Dia Mundial dos Professores

Este ano, no dia 5 de outubro, completam-se 50 anos que foi publicada pela UNESCO e pela OIT a recomendação relativa à condição docente.
Não temos hoje dúvidas pela investigação e pelo bom senso – aqui as duas perspetivas estão de acordo – que um bom professor é determinante para a qualidade dos sistemas educativos. É mesmo habitual dizer-se que “nenhum sistema educativo é melhor do que os seus professores”. E aqui começam a desfilar as condições que se consideram essenciais para que um professor possa estar à altura de ser a peça-chave da Educação ela própria considerada a peça-chave do Desenvolvimento, da Sustentabilidade e da Justiça Social. Deste desfile de condições de sucesso – estavelmente descritos da literatura de especialidade – chamaria a atenção para três deles: o conhecimento, a comunicação e o compromisso. 
Precisamos de professores com conhecimento. O conhecimento que o professor precisa de ter é muito alargado: precisa de conhecer – entre outras áreas – o que ensinar (e não só o que vem nos manuais escolares), precisa de conhecer o aluno (e sobretudo a forma como ele aprende melhor), precisa de conhecer capazmente o meio sociocultural onde está a sua escola e os seus alunos. Outra condição imprescindível é a comunicação. Um professor é uma profissional cujo sucesso está muito dependente da interação que ele estabelece com os outros. Paulo Freire ensinou-nos que “… os homens educam-se entre si, mediatizados pelo mundo”. Os professores estão mergulhados nesta dinâmica de intensas interações com os alunos, com os seus colegas, com as famílias. A capacidade de comunicar, de encontrar as formas mais eficazes que conduzam ao estabelecimento de relações respeitosas, de aprendizagem, positivas e frutuosas são uma parte imprescindível do seu trabalho. Por fim precisamos de professares que se sintam atores implicados na Educação. Profissionais motivados, que tenham e alimentem elevadas expectativas sobre a importância sua ação, sobre a imprescindibilidade da Educação e a obrigação de “não deixar nenhum aluno para trás”.
Para disporem destas condições de sucesso os professores têm que afastar algumas ameaças que pairam sobre a sua profissão. Precisamos que os professores mantenham e desenvolvam a sua autonomia como profissionais com possibilidade de gerir o currículo. Se o currículo for espartilhado e uniformizado, certamente que o professor verá o seu conhecimento muito restringido. Não seria mais que um “dador de aulas” que outras pessoas conceberam. Se o professor não tiver tempo e espaço para usar múltiplas formas de comunicação e representação do conhecimento, ele vai certamente tornar-se obsoleto e cumprir a profecia da sua irrelevância. Se o professor não dispuser de ambientes positivos, de confiança, de apoio, de segurança que lhe permitam fundamentar o seu compromisso, ele será um profissional burocrático e incapaz de ter ou transmitir esperança no resultado do seu trabalho.
Os professores têm, no meio de tantas vicissitudes, conseguido manter uma postura de grande dignidade e relevância social. São eles que, na trincheira da frente, são os elementos essenciais para a construção do conhecimento, para o estabelecimento de relações humanas justas e equilibradas, são eles que constituem a alavanca que multiplica e amplifica sonhos e saberes. E, no entanto, muito se fala das fraquezas dos professores. Quase toda a gente está disponível para dizer aos professores o que eles deveriam fazer. A essas pessoas os professores recomendam que antes de falar “caminhem nos nossos sapatos”, vão ver o quão desgastante e exigente é o nosso quotidiano.
David Rodrigues, in Público

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ano Letivo 2016\17

Mais um ano letivo se inicia...com ele, muita expetativa, novos projetos, novos anseios e muitos sonhos.
Dou as boas vindas a toda a comunidade educativa: alunos, pais, professores e assistentes operacionais e técnicos, certos de que o caminho para o sucesso exige muito empenho, persistência e dedicação. Uma certeza podem ter, estarei sempre disponível para colmatar eventuais fragilidades, superar adversidades e caminhar lado a lado na construção de uma escola de qualidade e com qualidade em parceria com a família, elemento fulcral na construção de um ambiente de aprendizagem salutar e propício ao desenvolvimento do projeto de aprendizagem de cada aluno em particular, respeitando as vivências e a individualidade de cada um, estimulando a partilha e a solidariedade entre todos.
Desejo a todos um excelente e feliz ano escolar.

Resultado de imagem para abertura do ano letivo
O Diretor do Agrupamento

António David Gonçalves

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Brincar com as Sardinhas

       Os alunos do 3.º ciclo da Escola Básica de São Miguel participaram no Simpósio Internacional de Arte Contemporânea, na cidade da Guarda, com uma composição plástica que tem como elemento central uma canastra de onde caem sardinhas, interpretadas expressivamente com a utilização de múltiplos materiais, técnicas e linguagens.

      A instalação encontra-se exposta no Paço da Cultura, podendo ser objeto de fruição para todos os que a queiram apreciar.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Relembrando a 1ª Guerra Mundial


 França, 09 de Abril de 1918
  Minha doce Maria,

 Antes de mais, queria saber se está tudo bem contigo e com o nosso filhinho António. Desculpa não ter dado notícias mais cedo, mas como tu deves imaginar, isto aqui está um caos. Mas não te preocupes, que eu estou bem.
Este mês que passei longe de casa foi muito difícil, primeiro por causa das saudades que tenho de vós. Depois porque estes últimos dias têm sido um verdadeiro inferno, muitos dos meus colegas perderam a vida e o meu melhor amigo e companheiro de guerra vai ter que ser amputado.
Para a semana vamos ser transferidos para um local chamado La Lys. Dizem que está lá um grande exército alemão e os aliados precisam da nossa ajuda. Prevejo tempos muito complicados!
Não imaginas o quão difícil é a vida nas trincheiras. Está tudo lamacento, há pouca comida e a que há mal chega para todos e está muito desidratada. Também há piolhos, pulgas e ratos que são muito piores que os inimigos, pois trazem muitas doenças e quando estamos a combater só temos vontade de nos coçar.
O inimigo tem atacado com armas novas. Uma delas, é um gás tão forte, que a maioria cai logo ao chão e até o próprio inimigo tem de usar uma máscara. A outra é a metralhadora, que dispara milhares de balas por minuto e por isso a trincheira fica cheia de homens mortos aos nossos pés.
Como se não bastasse isto tudo, o frio é tanto que neva há já vários dias. Apanhei uma terrível constipação e não paro de tossir. As noites são tremendas, não consigo dormir por causa dos disparos, passo a maior parte do tempo sobressaltado. Os minutos parecem dias!
Pensar em ti e no António, é o que me tem dado forças para continuar a lutar! Peço-te que rezes por mim. Eu também tenho pedido a Deus que a guerra acabe o quanto antes, mas parece-me que o fim não está próximo.
Prometo que volto são e salvo para vos abraçar. Não me esqueço que o nosso querido filho faz 3 anos daqui por duas semanas. Por favor dá-lhe os meus parabéns, porque eu sei que não vou poder estar presente. Fala-lhe de mim que é para ele não se esquecer que o adoro.
 Do teu amado Rafael

       9ºA Rafael Fernandes nº 17

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Foi Páscoa!




Feliz Páscoa em diversas línguas:

VESELE VANOCE – antiga Tchecoslováquia (atual República Checa e  Eslováquia)

SCHONE OSTERN – Alemanha

BUONA PASQUA – Itália

SUOK SAN EASTER – Laos

ESPANHA – Felices Pascuas

SREKEN VELIGDEN – Macedónia

HAPPY EASTER – Inglaterra

JOYEUSES PAQUES – França

KALO PASKA – Grécia

FOUAI HWO GIE QUAI LE – China

SRETUN USKRS – Croácia

EID-FOSS´H   MUBARAK – Países árabes


 Aurora Ricárdio

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Mundial da Poesia

Casa Branca

 Casa branca em frente ao mar enorme,
Com o teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu silêncio intacto em que dorme
O milagre das coisas que eram minhas.
... 
  A ti eu voltarei após o incerto
Calor de tantos gestos recebidos
Passados os tumultos e o deserto
Beijados os fantasmas, percorridos
Os murmúrios da terra indefinida.

Em ti renascerei num mundo meu
E a redenção virá nas tuas linhas
Onde nenhuma coisa se perdeu
Do milagre das coisas que eram minhas.

Sophia de Mello Breyner Andresen 

in Poesia, 1944

terça-feira, 8 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O mar dos meus olhos
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma
Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 2 de março de 2016

Uma tarde na oficina de encadernação


    No dia 26 de fevereiro, a turma ALF A da Escola Básica de Alfarazes foi a uma oficina de encadernação de livros.
    O senhor Nuno ensinou-nos vários nomes das partes que os livros têm, como a capa, a contracapa, as seixas, o miolo, a lombada, a folha de guarda, etc. Mostrou-nos as ferramentas que se usam para encapar os livros e os materiais que utilizam.
    Cosemos um caderno à moda japonesa, e para o coser precisámos de agulha e de linha.
    Adorei a nossa visita!!!!
 
(Inês Soares – 4º ano )







OFICINA DA ENCADERNAÇÃO


No dia 26 de fevereiro, os alunos da turma ALF A, da Escola Básica de Alfarazes fomos à Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço.

Com alguns alunos da escola da Póvoa do Mileu, participámos numa ``oficina da encadernação”.

Às 14H chegou o autocarro para nos levar e quando chegámos começámos por ver quadros de José Augusto de Castro.

    Noutra sala fomos falar sobre encadernação de livros. O senhor Nuno mostrou-nos as várias partes de um livro: capa , contracapa, lombada, cabeça, pé seixa, folhas de guarda, miolo  e o título. Ensinou-nos a coser o miolo de um caderno ou livro e a pôr a capa.

    Como recordação, ofereceram-nos uma espécie de livro de notas, que cada um de nós coseu, para nos lembramos daquele dia, e de como são feitos os livros e cadernos que utilizamos todos os dias.

(Érica Pires – 4ºano)

Escola Básica de Alfarazes

      

                                          

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

21 de fevereiro - DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Até Amanhã

Sei agora como nasceu a alegria, 
como nasce o vento entre barcos de papel, 
como nasce a água ou o amor 
quando a juventude não é uma lágrima. 

É primeiro só um rumor de espuma 
à roda do corpo que desperta, 
sílaba espessa, beijo acumulado, 
amanhecer de pássaros no sangue. 

É subitamente um grito, 
um grito apertado nos dentes, 
galope de cavalos num horizonte 
onde o mar é diurno e sem palavras. 

Falei de tudo quanto amei. 
De coisas que te dou 
para que tu as ames comigo: 
a juventude, o vento e as areias. 

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã" 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O carnaval na EB de Alfarazes











As visitas à escola básica de Alfarazes


    Dia quatro de fevereiro, estiveram na Escola Básica de Alfarazes a GNR-Guarda Nacional Republicana- e os meninos de cinco anos do jardim de infância de Alfarazes.
A GNR veio fazer uma ação sobre Segurança. Os meninos vieram aprender como são algumas atividades na escola, porque para o ano vão para o primeiro ano.
Quando tocou, estávamos todos a comer e os agentes antes de se irem embora ligaram a mais quatro agentes da GNR, que traziam três cães.
Estes mostraram truques, esconderam droga numa mala e os cães tinham de adivinhar onde estava.
Como os cães se portaram bem e nós também, pudemos brincar com eles.
Eu adorei as nossas visitas!!!!
(Inês Soares)


     No dia quatro de fevereiro, vieram alguns alunos do Jardim de Infância de Alfarazes e dois senhores da GNR: o Sr. António Varandas e o Sr. Gonçalo Paiva. Depois de se apresentarem, falaram-nos um pouco da GNR e do que faziam. Falaram-nos sobre a segurança e das especialidades da GNR que existem, como por exemplo: Os que treinam os cães, os que vigiam as florestas; os que patrulham as estradas.
Mostraram-nos um PowerPoint a falar sobre a GNR. Explicaram-nos que a GNR quer dizer Guarda Nacional Republicana. E disseram-nos que em Portugal eles têm 600 quarteis,230 cães,550 cavalos e 25.000 agentes
Depois mostraram-nos um vídeo sobre a evolução dos polícias, desde a altura dos reis de Portugal.
A seguir, chegaram dois cães e uma cadela. Os dois tratadores estiveram a mostrar-nos as suas habilidades: os tratadores diziam para parar e eles paravam, etc.
Por fim, chegou a vez da cadela Fany, perita em encontrar droga. O tratador pôs várias malas e pediu a uma menina para escolher uma mala e esconder a droga e ela encontrou-a à primeira.
Adorei a ação! Quero repetir!
Eu sei que tive muito medo dos cães mas consegui perder um bocado desse medo.
(Érica Pires, 4º ano)








quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Parlamento dos Jovens


    

O Agrupamento de Escolas da Sé, através da Escola Secundária da Sé e da Escola Básica de S. Miguel, participa na edição deste ano do Programa Parlamento dos Jovens. O programa Parlamento dos Jovens é uma iniciativa da Assembleia da República, organizada em colaboração com o Ministério da Educação, o Instituto Português da Juventude e outras entidades, com o objetivo de promover a educação para a cidadania e o interesse dos jovens pela participação cívica e pelo debate de temas da atualidade. É dirigida aos jovens dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário e culmina com a realização de duas Sessões Nacionais no Parlamento. Para o ensino secundário, o tema a debate este ano é “Portugal: assimetrias litoral/interior - que soluções?”.
   Para o básico, Discriminação, preconceito e racismo. O objetivo deste programa é conseguir chegar à fase nacional, que decorrerá na Assembleia da República, e fazer aprovar as propostas defendidas pelos deputados da nossa escola/agrupamento.
    A sessão de esclarecimento sobre o Parlamento dos Jovens - Edição 20015-2016 - reuniu dezenas de alunos que debateram o tema “Racismo, preconceito e discriminação”. Esta iniciativa contou com a presença do Dr. Carlos Peixoto, deputado do PSD, eleito pelo círculo da Guarda, e da Dra. Ana Couto, socióloga. O espaço do refeitório da Escola de S. Miguel - Guarda foi, no dia 12 de janeiro de 2016, palco de mais uma dinâmica e participada atividade inserida no programa Parlamento dos Jovens, contando com grande anuência dos alunos do terceiro ciclo. Os participantes ouviram e manifestaram grande interesse pelas temáticas em debate, já anteriormente desenvolvidas, quer individualmente, quer em grupo-turma, no âmbito das aulas de Educação para a Cidadania, com a colaboração de cada diretor de turma e com a contribuição pontual de uma Estagiária da EAPN Portugal/Núcleo Distrital da Guarda, Rita Mouro, no contexto da aplicação do projeto “Vamos fazer a diferença”.                
    Nesta sessão de debate, os alunos, com o apoio do deputado da Assembleia da República (parte da manhã) e da socióloga (parte da tarde) tiveram a oportunidade de debaterem e aprofundarem problemáticas relacionadas com racismo, preconceito, e discriminação. Neste projeto, estiveram envolvidos mais de oitenta alunos de terceiro ciclo, divididos em oito listas (A; B; C; D; E; F; G; H), que defenderam de forma entusiástica as medidas que propunham. A eleição para a distribuição dos deputados que irão representar o Agrupamento de Escolas da Sé/Escola Básica de S. Miguel na Sessão Distrital realizou-se no dia 14 de janeiro de 2016 com uma ampla adesão às urnas. Desta eleição, saiu vencedora a Lista A, com 82 votos, e 10 deputados, logo seguida da Lista D, com 77, e, igualmente, 10 deputados. Este ato eleitoral permitiu a todos os participantes contactar com as normas de funcionamento da democracia.
  A Sessão Escolar teve lugar cinco dias depois, terça-feira, dia 19, pelas 10 horas e 30 minutos, na Biblioteca Escolar Carvalho Rodrigues, da Escola Básica de S. Miguel, para a apresentação, análise e aprovação das medidas a implementar no combate contra o racismo, preconceito e discriminação. Nesta Sessão Escolar foram eleitos por voto secreto para a Sessão Distrital os seguintes deputados:  Rafael Costa, João Fernandes, Ana Rita Brito, Mariana Marques, Micael Coelho Suplente: Germano Nunes. As medidas vencedoras serão apresentadas na Sessão Distrital a realizar no dia 1 de março de 2016.
   É de realçar que ficámos agradavelmente surpreendidos com as propostas tão interessantes, pertinentes e pragmáticas apresentadas pelo grupo de jovens interveniente. Queremos, de facto, acreditar que poderão ter reconhecimento junto da Assembleia da República e demais participantes. 
 
A Coordenadora do Programa
Maria da Conceição Aleixo







 
 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Simone Weil


Simone Adolphine Weil  nasceu em Paris, 3 de fevereiro de 1909. Foi uma escritora, mística e filósofa francesa, que se tornou operária da Renault para escrever sobre o quotidiano dentro das fábricas.

Em 1931, Simone Weil tornou-se professora numa escola secundária para moças em Le Puy, onde ganhou outro um exótico: "Virgem Vermelha", algo como um misto de freira e anarquista. Compartilhava a prosaica atividade do magistério com períodos exaustivos trabalhando em fazendas e fábricas, método pelo qual encontraria "o tempo como condição e o espaço como objeto" de sua ação, pois segundo seu pensamento, o mundo é o lugar adequado para um intelectual estar, ajudando as pessoas a refinarem seus poderes de observação e capacidade crítica; e que o papel apropriado para a ciência é permanecer integrada com a vida produtiva, sem a qual, torna-se meramente um sistema remoto de sinais vazios. Depois de dizer para suas alunas que "a família é prostituição legalizada... a esposa é uma amante reduzida à escravidão", foi transferida de escola e de cidade.Lutou na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, e na Resistência Francesa, em Londres; por ser bastante conhecida, foi impedida de retornar à França como pretendia; acometida de tuberculose, não teria admitido se alimentar além da ração diária permitida aos soldados, nos campos de batalha, ou aos civis pelos tickets de racionamento. Com a progressiva deterioração de seu estado de saúde, em estado de desnutrição, faleceu poucos dias depois de seu internamento hospitalar em Ashford, 24 de agosto de 1943.




 

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ella Lingens

Ao lado do "Anjo da Morte"

Ella Lingens, embora "ariana de raça pura "foi levada para Auschwitz por esconder judeus; como médica, foi obrigada a trabalhar ao lado de Mengele, o "Anjo da Morte", e testemunhou algumas das atrocidades por este praticadas. Faleceu em 2002.
"Tinha um futuro promissor à sua frente. EllaLingens fora uma das alunas mais brilhantes da Faculdade de Medicina, casara com um colega e tinha um filho de caracóis louros que estava a aprender a balbuciar "mamã". Acabou em  Auschwitz, a trabalhar sob as ordens do "Anjo da Morte", Josef Mengele."  Adam Pieczynski  
No dia em que passam 70 anos da libertação dos prisioneiros, e para assinalar um acontecimento histórico, o Expresso disponibiliza online um texto publicado originalmente a 28 de janeiro de 1995. 
Ella Lingens era admirada nos cafés de Viena pelas suas convicções sociais-democratas, andar emancipado e provocante, e fascinantes olhos azuis. Quando escondeu, no andar onde morava, judeus perseguidos pelos nacionais-socialistas e os ajudou a sair do país, não sabia que uma cadeia de infortúnios e denúncias a levaria ao pior pesadelo da sua vida.
Como prisioneira em Auschwitz, teve de trabalhar sob as ordens do "Anjo da Morte", Josef Mengele, um médico tão brilhante como diabólico, que distribuía chocolates pelas crianças judias e ciganas, antes de as submeter a experiências e torturas atrozes ou de as conduzir pessoalmente para as câmaras de gás, no seu descapotável verde.
Agora, aos 87 anos, meio século depois da libertação de Auschwitz, Ella conserva ainda a determinação e a vontade de viver que a salvaram da morte. A sua figura frágil, encolhida num enorme cadeirão, domina suavemente o ambiente da casa rústica onde mora, nos arredores de Viena.
EllaLingens foi obrigada a escolher entre a vida e a morte dos seus doentes, "como se fosse Deus", pois não podia desperdiçar medicamentos escassos, em casos que pareciam irreversíveis. "A quem dar os medicamentos, a uma mãe com muitos filhos ou a uma rapariga nova?" - tinha de perguntar a si mesma. "A quem administrar uma injecção, a um velho que, em qualquer caso, vai morrer, ou dividi-la por dois jovens?"
EllaLingens era catalogada pelos burocratas do Terceiro Reich como "uma ariana de raça pura", o que lhe permitiu esconder os seus amigos judeus sem que desconfiassem dela. Na "Noite de Cristal", em Novembro de 1938, quando os judeus foram espancados nas ruas, as suas casas e lojas destruídas e os seus livros queimados, alguém tocou à porta do andar onde moravam os Lingens. Era o engenheiro Wiesenfeld, que chegou de pijama, a tremer, para se refugiar em casa deles, trazendo na mão uma escova de dentes.
Pela janela chegava um ruído insuportável, de vidros a estilhaçarem-se, bramidos e gritos das hordas nazis, e o engenheiro Wiesenfeld disse-lhes: "Invejo-vos." "Porquê?" - perguntouElla. "Porque vocês não são judeus". O refugiado ficou três semanas e foram chegando "mais e mais". Finalmente, o andar estava tão cheio, conta Ella, "que o meu marido e eu fomos morar para o hotel".
Foram meses de tensão trágica, e por vezes absurda. Erika, uma jovem de 19 anos, a última judia que esconderam, fê-los passar o susto de vida deles, quando, farta da rotina da vida clandestina, de estar fechada e de apanhar calor, resolveu tomar banho de sol nua, no parapeito da janela do "atelier" onde moravam os Lingens. Os alunos de um liceu que ficava em frente do edifício pensaram que se tratava de uma louca suicida e chamaram a polícia. "Não nos descobriram por milagre" conta Lingens. Antes que os homens de uniforme forçassem a porta do andar, chegou uma amiga da família, "completamente ariana", que convenceu a polícia de que fora ela que estivera a tomar banho de sol.
Mas Ella confiou demais na sorte e continuou a arranjar documentos falsos para que os perseguidos pudessem partir para o exílio, acabando por ser denunciada à Gestapo.

Médica à força
Chegou a Auschwitz no fim do Inverno de 1942. Aí começou, pela primeira vez, a praticar medicina, no barracão das prisioneiras alemãs e austríacas doentes. Trabalhou às ordens de vários médicos, o último dos quais foi Mengele. Recorda o Dr. Rohde, um SS, que, para suportar as escolhas de vítimas para as câmaras de gás, no pavilhão dos doentes ou no cais da estação de caminho-de-ferro, "se embebedava até quase ficar inconsciente".
Não havia camas suficientes e os doentes dormiam aos três e aos quatro nos beliches. Havia piolhos, epidemias de febre tifóide e grassava uma doença contagiosa causada pela desnutrição, que perfurava a pele até aos ossos. "A minha vida lá era como se me tivesse oferecido hoje como voluntária para combater uma epidemia no Bangladesh ou no Ruanda, um trabalho esgotante, para ajudar as pessoas, sem saber o que acontecia ao lado", diz Lingens.
Na pior época da epidemia de febre tifóide, Lingens tinha a seu cargo 750 doentes. "Foi justamente Mengele, que dividia o seu tempo entre as experiências brutais com gémeos e anões e o trabalho de organização sanitária, que travou a epidemia." Evacuou os 1500 doentes de um barracão e mandou-os para as câmaras de gás. Desinfectou a sala vazia, mandou mudar os lençóis e outros doentes, desinfectados e despiolhados, foram transferidos para o barracão. Depois desinfectaram o pavilhão vazio e assim sucessivamente. "Realmente travou a epidemia, mas não lhe passou pela ideia chegar ao mesmo resultado sem assassinar 1500 pessoas", comenta Lingens.
Nos pavilhões de judeus e ciganos, as pessoas não chegavam a morrer das epidemias. Eram assassinadas. As mulheres grávidas eram enviadas para as câmaras de gás, assim como os doentes e os sem forças para os trabalhos forçados. Foram muitas as mães que preferiram asfixiar os seus bebés, para os poupar à morte em mãos alheias, porque a maioria dos recém-nascidos eram afogados pelos guardas SS.

Recordações angustiantesAuschwitz foi a experiência central da vida de Lingens, e os fantasmas das pessoas que conheceu na fábrica da morte acompanhá-la-ão até ao fim dos seus dias. Havia médicos pouco escrupulosos que exigiam que os doentes com malária lhes dessem a sua porção de pão, a troco de quinino. E houve mulheres que se transformaram em prostitutas no bordel de Auschwitz, porque assim tinham direito a uma melhor ração alimentar, a um duche diário e a uma habitação mais confortável.
Ainda hoje é assombrada pelo fantasma da fome, ou pelo da jovem que não pôde ajudar, porque recebera 25 chicotadas e fora obrigada a ficar de pé durante três dias e três noites, com água fria até à cintura. Era o castigo para os que se atreviam a fazer amor em Auschwitz e eram surpreendidos. Como também não consegue esquecer o grito colectivo de 100 pessoas encerradas nas câmaras de gás e, "após 15 minutos", o silêncio absoluto. "Outra vez os gritos, depois o silêncio, uma, duas, três vezes."
Numa noite, EllaLingens e as suas companheiras contaram 60 viagens de um camião carregado de cadáveres, das câmaras de gás até aos crematórios. Depois começava a sair fumo pelas chaminés e o cheiro inconfundível dos corpos queimados espalhava-se por todo o campo de Auschwitz.
Enquanto centenas de milhares de pessoas se transformavam em cinzas, Mengele continuava as experiências como um possesso,no seu pavilhão de horrores, uma antecâmara da morte. Sessenta pares de gémeos foram abertos pelo seu bisturi e, de todos eles, só sobreviveram sete pares.
O "Anjo da Morte" era para Lingens "um cínico incrível", com uma inteligência superior à do resto dos médicos SS, que tinha a preocupação de fazer com que os irmãos morressem à mesma hora, pela mesma causa. Assim podia comparar os órgãos, que enviava depois, conservados, para o Instituto de Biologia Genética de Berlim, em pacotes com a inscrição "Urgente, Material de Guerra".
Mengele achava que as condições do campo eram más e introduziu, inclusive, algumas melhorias, mas "assassinava a sangue-frio, sem nenhuns problemas de consciência". Olhava com orgulho os "dossiers" com os resultados das suas investigações e só lamentava que, no futuro, pudessem cair"nas mãos dos bolchevistas".
EllaLingens teve a sorte de não ser colocada no Pavilhão das Experiências, porque não teria resistido. Para experimentar métodos de reanimação em pessoas congeladas, Mengele baixava a temperatura do corpo das vítimas até aos limites da paragem cardíaca, e depois tentava aquecê-las com cobertores ou cobrindo-as com mulheres nuas.
Dava só água do mar a beber aos prisioneiros, até morrerem de sede, para comprovar a resistência do ser humano em caso de naufrágio. Os esqueletos das pessoas com anomalias eram enviados como troféus para a colecção da Reichsuniversitât, em Berlim. Ligava o peito das mulheres que tinham acabado de parir, proibindo-as de amamentar os filhos, para determinar quanto tempo os recém-nascidos podiam viver sem se alimentarem.

Os médicos e os "outros"Um dia, Mengele chamou EllaLingens o seu gabinete e disse-lhe que tinha uma informação decerto surpreendente para ela. "Sabia que no seu pavilhão há relações entre lésbicas?" perguntou. "Claro que eu sabia", lembra a prisioneira. "E não faz nada para o impedir?" insistiu. "Era uma situação impossível, fechavam mulheres jovens durante anos num ambiente onde não havia nada que pudessem amar, uma criança, um animal, um flor, era tudo tão asqueroso que qualquer ser humano se degradava", lembra Lingens.
Noutra ocasião, o carniceiro de luvas brancas e botas de cabedal perguntou-lhe as razões por que a tinham enviado para Auschwitz. Lingens respondeu que fora denunciada por ter ajudado a tirar judeus do país. "Como é que se pode ser tão imbecil ao ponto de pensar que isso é possível?" Ella atreveu-se a responder que havia casos em que tinham conseguido, com dinheiro. "Naturalmente que vendemos judeus", respondeu Mengele. "Seríamos estúpidos se o não fizéssemos."
"Não tinha razões para ter medo de Mengele", diz Lingens. Para ele havia duas categorias de pessoas, "os médicos e os outros". Mengele representava as duas caras de Mefistófeles. No meio dos corpos raquíticos e humilhados dos prisioneiros, era um homem bem parecido, elegante, impecável, de uma cortesia imperturbável para com as suas vítimas. Tão depressa salvava um judeu, porque era médico, como atirava um recém-nascido para o lume, porque chorava demais, com a mesma indiferença. Lingens não conseguia suportar Auschwitz, e pediu para ser transferida para o campo de concentração de Dachau, outro inferno; mas se algum dia a libertassem, ficaria mais perto de casa, para regressar. Mengele não queria que ela saísse de Auschwitz, mas perante os rogos da prisioneira, aprovou o pedido com indiferença. "Não quero entravar o seu caminho para a felicidade", disse-lhe, como se Dachau fosse um paraíso.
Em Auschwitz, EllaLingens perdeu a dignidade, passou fome e frio. Regressou a Viena com o cabelo todo branco e foi um dos momentos mais duros da sua vida. "Soube que o meu marido, julgando-me morta, tinha casado com outra, o meu irmão tinha morrido, combatendo ao lado da Resistência, na Jugoslávia, a casa dos meus pais fora bombardeada. O meu filho não me reconheceu e os meus vestidos...", diz com um olhar fixo e um suspiro, "...estavam comidos pelas traças".
Tradução de Maria do Carmo Cary

Texto originalmente publicado no Expresso a 28 de janeiro de 1995, por ocasião do 50º aniversário da libertação de Auschwitz

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