Refeições em família
É à mesa que se ocupa (um) lugar! É à mesa que se contam graças, historietas e histórias. É à mesa que se desabafa e se trocam as novidades, a surpresa e os mexericos de todos os dias. É à mesa que nos abrem os olhos e nos piscam o olho. É à mesa que com um “Chiu!…” se dá palco e luz à nossa voz. É à mesa que se desfiam os segredos. É à mesa que se tecem as memórias. É a mesa que faz com que quem chega, de novo, passe a ser da família, só porque tem lá um lugar à sua espera. É à mesa que abrimos o coração, nos sentimos uns aos outros e nos conhecemos e “saboreamos”. E é à mesa que o tempo deixa de ter barreiras e passa a ser uma longa jornada entre o passado e o p’ra sempre.
Na mesa guardam-se aromas,
texturas e sabores. E misturam-se, delicadamente, até que se liguem uns nos
outros, com um “quanto baste” de pessoas. É à mesa que se pega num bocadinho da
mãe e noutro do pai e se junta com uma pitada da receita da avó. E se
acrescenta o condimento favorito de quem chega, de novo, à nossa vida. E se
mexe muito bem! E tudo se “cozinha”, com tempo, para que “apure”. E para que,
então, se solte o paladar e se abram os sentidos. E se saboreie a mesa como
aquilo que aconchega. A mesa liga e aproxima! E é por isso que é a mesa que nos
sentimos em casa.
Uma
casa para ser uma casa - para ser aconchegada e o cantinho da família - precisa
de uma mesa onde caiba sempre mais alguém. A mesa é uma janela que se abre. E
um lugar de mimos. A mesa torna-nos uns dos outros! E é por isso que todos à
mesa somos um só.
Imagem: Escola Amiga da Criança