sexta-feira, 14 de junho de 2019

Na casa da Democracia





Às oito e um quarto, do dia seis de maio, iniciava-se um longo caminho de trabalho e diversão. O caminho rumo a Lisboa, com sucessivas paragens, não poderia ser melhor, pois o bom ambiente tomou conta dos presentes.
Além do bom ambiente vivido no autocarro, novas amizades surgiram com as delegações dos círculos que iam entrando no mesmo autocarro onde já iam os deputados do círculo da Guarda.
Com a chegada à Casa da Democracia, por volta das treze horas e trinta minutos, seguiu-se a acreditação dos professores, jornalistas e deputados que se deslocaram para as respetivas salas onde iam decorrer as reuniões das Comissões de Trabalho.
As comissões de trabalho foram presididas por deputados, que no caso da primeira comissão onde estavam os alunos da Escola da Sé, foi presidida pelas deputadas, Margarida Lopes, do PSD e, Ângela Moreira, do PCP.
Por volta das quinze horas, iniciava-se uma visita guiada ao Palácio de São Bento destinada aos jornalistas e aos professores. Esta visita guiada começou pela Escadaria Nobre e logo aqui começou a satisfação pelo conhecimento. O guia salientou os feitos dos que ali estão representados, destacando Afonso Costa, natural de Seia. Este foi um dos principais obreiros da implantação da República, em Portugal. Prosseguimos, para a sala do Senado, que foi inaugurada em 1867, durante o reinado de D. Luís, cujo retrato está exposto nesta sala. Percorrendo o Palácio de S. Bento, encontramos a sala dos Passos Perdido, onde decorrem as entrevistas rápidas, quando há plenários, bem como a entrada para a sala destinada às conferências de imprensa. Por fim, a visita terminou na sala das Sessões, onde, decorrem as sessões plenárias e sessões solenes como é o caso da sessão da tomada de posse do Presidente da República ou a sessão comemorativa do 25 de abril.
Após a visita guiada ao Palácio de São Bento, os jornalistas do Parlamento dos Jovens tiveram a oportunidade de conversar com os alunos do curso de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, acerca de uma sessão de esclarecimento sob o tema “princípios básicos de uma notícia”.
Pelas dezasseis horas, iniciava-se uma pausa nas comissões para o lanche, visto que de estômago vazio ninguém trabalha.
Após esta pausa, as comissões retomaram as atividades para a redação final do projeto de recomendação e a seleção das perguntas a apresentar ao Plenário. A pergunta mais votada foi a do círculo da Guarda, que foi respondida pelo representante do PSD, no plenário do dia sete de maio, e que aqui se transcreve: “Dada a importância dos oceanos para a sustentabilidade do planeta, como pensam os senhores deputados concretizar este projeto, que é da responsabilidade intergeracional, no sentido de reverter o impacto das atividades e atitudes humanas, uma vez que a minha geração considera que não foram tomadas atitudes responsáveis em prol do planeta”.
Terminados os trabalhos nas comissões, seguiu-se o programa cultural. Assim, na sala do Senado, deputados, professores e jornalistas usufruíram de uma peça teatral intitulada “Geração Facebook”. O dia, na Assembleia da República, terminou com um jantar majestoso no refeitório dos monges.
O merecido descanso levou-nos a pernoitar na Pousada da Juventude do Inatel no Parque das Nações.
No dia sete de maio, chegou o momento mais aguardado, o Plenário, que decorreu na sala das Sessões, e teve início com os discursos do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do presidente da comissão de educação e ciência, Alexandre Quintanilha, e da secretária de estado adjunta da educação, Alexandra Leitão. Após os discursos de abertura, decorreu um período de perguntas aos deputados da Assembleia da República.
Como noticiado anteriormente, o círculo da Guarda colocou a sua pergunta ao deputado Pedro Pimpão do PSD. Depois das doze perguntas respondidas pelos seis deputados da Assembleia da República, em representação dos grupos parlamentares, seguiu-se o debate de recomendação à Assembleia da República sobre o tema. Enquanto decorria o Plenário, na sala dos Passos Perdidos, os jornalistas tiveram a oportunidade de fazer perguntas a vários deputados da Assembleia da República. Por volta do meio dia, decorreu uma conferência de imprensa dedicada aos jornalistas do programa parlamento os jovens com o presidente da comissão de educação e ciência, Alexandre Quintanilha. A poluição dos oceanos e a Educação foram os temas em destaque nesta conferência. No final da primeira parte do Plenário, foi tirada uma fotografia de grupo para mais tarde recordar.
Depois de um reconfortante almoço, o Plenário foi retomado com o objetivo de concluir o debate e a votação final global da recomendação, composta por dez medidas, sendo a primeira medida originaria da primeira comissão, onde os deputados do círculo da Guarda estavam presentes. A sessão terminou com a entoação do Hino Nacional e a entrega dos Diplomas de Participação pela coordenadora do grupo de trabalhos do parlamento dos jovens da comissão de educação e ciência, Margarida Balseiro Lopes.
Deputados e jornalistas rumaram ao “lar doce lar” com a missão cumprida e felizes pela prestação. Deputados, jornalistas e professores tiveram, ainda, direito a um reconfortante lanche.
De acordo com o testemunho dos alunos da Escola da Sé, é “uma experiência a repetir”, ficando, provado que os jovens são dinâmicos e interessam-se pela política do país quando as causas são nobres.
Como repórter de serviço, posso dizer que esta experiência foi muito gratificante a todos os níveis, ficando ainda mais desperto para todos estes temas. Fiz novas amizades e fiquei igualmente motivado para o trabalho em grupo. Testemunho também, ser uma experiência a repetir dado que vai permanecer na minha memória. Dizer ainda que este tipo de iniciativas ajudam a construir uma sociedade mais ativa pelo que devem continuar a ser dinamizadas.
Resta agradecer à professora Rosa Lero a dedicação e empenho ao longo de meses de trabalho no programa Parlamento dos Jovens.
Concluindo, parafraseando o poeta António Gedeão, é bom que se diga em abono da verdade que “Sempre que o homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.”

Rodrigo Cavaleiro 9ºB Escola da Sé