A estes, juntamos Florbela Espanca, António Gedeão, Miguel Torga, Fernando Pessoa e Manuel Alegre. Todos escolhidos pelos participantes na atividade. Por gosto. Sensibilidade. Em jeito de partilha, as vozes ecoaram "por esta cidade acima", indo ao encontro de quem as quisesse ouvir. Há uns anos, o David, agora aluno de mestrado, transformado em Fernando Pessoa, ouviu de alguém zangado “Se fosses mas é cavar a horta!” e indignou-se. Hoje, também houve quem não tivesse tempo para ouvir um poema. O grupo não se indignou. Compreendeu a pressa. A falta de tempo. Desejou sempre “um bom dia da poesia”. Hoje, houve que tivesse todo o tempo do mundo para ouvir a voz de um grupo de jovens que colocou todo o empenho, disponibilidade e alegria na leitura de um poema. Quem parava, escutava. Gostava e sorria. Houve quem lesse e declamasse poesia para o grupo. Como agradecimento. Recompensa. Como disse o Manel, numa tirada espontânea e contextualizada, "Que farturinha de poesia!". Barriguinhas cheias.
Sandra Santos