sábado, 19 de fevereiro de 2022

Hoje

 As casas da minha aldeia eram fogos de muita luz e cor.

Hoje, são apagões e espaços de incomensurável dor

Onde moram fantasmas e uma solidão lívida e incolor.

 

As casas da minha aldeia tinham o pulsar de um gigante fortalecido

Que caminhava como senhor e dono no seu território conhecido.

Hoje, esse gigante enfraquecido não passa de um espetro adormecido.

 

As casas coloridas da minha aldeia originavam ruas movimentadas

Onde reinava saudável e feroz algazarra expressa em mãos dadas.

Hoje, essas mesmas ruas são travessias ocas, vazias, despovoadas.

Professora Emília Barbeira, Escola da Sé





Fotos: Professora Margarida Gama, Escola da Sé