As casas da minha aldeia eram fogos de muita luz e cor.
Hoje, são apagões e espaços de
incomensurável dor
Onde moram fantasmas e uma solidão
lívida e incolor.
As casas da minha aldeia tinham o pulsar
de um gigante fortalecido
Que caminhava como senhor e dono no seu
território conhecido.
Hoje, esse gigante enfraquecido não
passa de um espetro adormecido.
As casas coloridas da minha aldeia
originavam ruas movimentadas
Onde reinava saudável e feroz algazarra
expressa em mãos dadas.
Hoje,
essas mesmas ruas são travessias ocas, vazias, despovoadas.
Professora Emília Barbeira, Escola da Sé
Fotos: Professora Margarida Gama, Escola da Sé