Um poema, um abraço ao frondoso castanheiro
Por se comportar como um amigo hospitaleiro
Oferecendo uma copa generosa o ano inteiro,
Onde germinam, no outono, ouriços redondinhos
Ou se escondem confortáveis e fofos ninhos
Que muitos passarinhos fizeram com carinho.
Um poema, um abraço ao generoso castanheiro
Por se comportar como um amigo hospitaleiro
Que oferta castanhas em dias soalheiros
Ou em momentos de persistentes aguaceiros
Ao seu dono ou a qualquer atrevido forasteiro
Que vai ao soito com espírito aventureiro
Por não resistir ao sorriso generoso e matreiro
Dos ouriços que escancaram a sua casa
Para ofertar o fruto que há de saltar na brasa!
Um poema, um abraço ao gigante lusitano
Que durante séculos alimentou o ser humano
Como amável, dedicado e bom samaritano.
Além disso, ainda doa resistente madeira
Para a construção de uma bela sapateira
Ou para a sua lenha entrar dentro da lareira
E aquecer miúdos e graúdos à maneira!
Professora Emília Barbeira, Escola da Sé
Foto: Contraponto