Este ano devido à situação da Guerra da Rússia na Ucrânia,
a professora Alexandrina Dias abordou o assunto nas
disciplinas de Português, Cidadania e Desenvolvimento e Orientação Escolar nas
turmas de 5º C e 5º D na CBA e na disciplina de Francês na turma 8º D, da Escola da Sé, relembrou, aos alunos, a boneca russa - A Matrioska, um brinquedo artesanal e
tradicional da Rússia - e decidiu utilizá-la para comemorar o Dia da Mãe com
pequenas frases simples.
De acordo com a
cultura russa, as matrioskas simbolizam: maternidade, fertilidade,
amor e amizade. O facto de uma boneca sair de dentro de outra
maior representa o ato do parto, quando a mãe dá à luz a sua filha e,
consequentemente, a filha dá à luz outra criança, e assim sucessivamente.
Para os russos, presentear alguém com uma matrioska é um sinal de grande afeto
e desejo de vida longa e feliz. As matrioskas tradicionais eram compostas por
três bonecas ocas, femininas, umas dentro das outras, representando “avó, mãe e
filha” e uma última, um bebé compacto, uma boneca masculina ou uma
miniatura das anteriores – Matrioska, Trioska, Oska e Ka.
O nome “matriohska”
foi escolhido como uma tentativa de adaptar a boneca originalmente japonesa à
cultura russa, sendo que durante o final do século XIX a maioria das meninas
russas chamavam-se Matriona. De origem latina, Matriona (Matrona)
significa mulher de família, mãe, senhora, o ser que vem do ser, a avó, a mãe,
a filha. O símbolo das famílias estruturadas e felizes.
As matrioskas são
tradicionalmente feitas de madeira e em formato cilíndrico. As feições e
características das bonecas são detalhadas através da pintura manual. As cores
predominantes eram o vermelho, o azul e o amarelo.
História:
«Era uma
vez um carpinteiro russo chamado Serguei, que ganhava a vida talhando
belos objetos de madeira: instrumentos musicais, brinquedos… Todas as semanas,
ele enfrentava o frio do bosque para ir buscar madeira e assim construir novos
objetos. Uma certa manhã ao sair para recolher a madeira, ele encontrou o campo
todo coberto de uma grossa capa de neve. A noite havia sido difícil. Ele rezou.
Toda a madeira que ele encontrava no caminho estava húmida e só lhe servia para
fazer fogo. Abatido pelo cansaço, ele decidiu voltar para a sua
casa e tentar a sorte no dia seguinte. Quando ele estava dando meia volta,
chamou-lhe a atenção um tronco de madeira esplendido, o mais belo que ele havia
visto na sua vida. Rápido como um raio, ele retornou ao seu estúdio,
porém vários dias se passaram até ele decidir o que talhar. Finalmente, decidiu
fazer uma preciosa boneca. Era tão bonita, que decidiu não a vender para lhe
fazer companhia. “Você se chamará Matrioska” disse ele à inerte figura. Cada
manhã, ao levantar-se ele falava com sua companheira. “Bom dia, Matrioska”. Um
dia, ela respondeu-lhe: “Bom dia, Serguei”. O
carpinteiro surpreendeu-se, porém ao invés de sentir medo
ele sentiu-se feliz por ter alguém com quem conversar. Com o tempo, o
carpinteiro percebeu que Matrioska estava triste e perguntou-lhe o que estava
acontecendo. Ela respondeu-lhe que via que todo mundo tinha um filho ou filha e
ela desejava ter um. “Terei que te abrir e isso será doloroso” – respondeu
Serguei. E ela disse: “Na vida, as coisas importantes requerem um pequeno
sacrifício“. E sem pensar duas vezes ele talhou uma réplica, menor e
chamou-lhe de Trioska. Ela já não se sentia mais sozinha. O instinto
maternal apoderou-se também de Trioska e Serguei concordou que esta
também teria um filho, que se chamaria Oska. Mas Oska também queria
um descendente. O carpinteiro contou que dessa vez a madeira poderia originar
uma boneca má. Oska não desistiu. Após pensar, ele talhou um boneco, bem
pequeno e com bigode que batizou de Ka. E o colocou em frente ao
espelho e disse: “Você é um homem, não pode ter filhos!” Então colocou Ka
dentro de Oska. A Oska dentro da Trioska e a Trioska dentro da Matrioska. Um
dia, misteriosamente, Matrioska desapareceu com toda sua família dentro.
Serguei ficou desolado.»
A exposição das
matrioskas com mensagens em português encontra-se na CBA à entrada da
biblioteca e com mensagens em francês na Escola da Sé no átrio principal,
percorram as nossas matrioskas e deliciem-se com as nossas mensagens. Obrigada
professora.
Feliz Dia para todas
as mães do mundo, principalmente as nossas.
Joana Correia
Nº16 Leonor Albuquerque Nº20