O calendário gregoriano surgiu em virtude
de uma modificação no calendário juliano, realizada em 1582, para ajustar o ano
civil, o do calendário, ao ano solar, decorrente do movimento de elipse
realizado pela Terra em torno do Sol. Antes de Júlio César (100 a.C. – 44
a.C.), o calendário que vigorava em Roma era dividido em 355 dias e 12 meses, o
que causava um grande desajustamento ao longo do tempo, pois as estações do ano
passavam a ocorrer em datas diferentes. Quando se tornou ditador da República
romana, Júlio César resolveu reformar o calendário para adequá-lo novamente ao
tempo natural.Para isso, foi necessário criar, em 46 a.C., um ano com 15 meses
e 455 dias para compensar a diferença, este ano ficou conhecido como o “ano da
confusão”. A reforma de Júlio César instituiu o ano depois de 45 a.C. com 365
dias e seis horas, divididos em 12 meses, o que conseguiu resolver o problema
durante um tempo. As seis horas que sobravam de cada ano seriam compensadas a
cada quatro anos com a inclusão de mais um dia em fevereiro, os dias
bissextos.No entanto, ainda persistiu a diferença entre o ano do calendário e o
ano natural, sendo que durante a Idade Média foram várias as tentativas de
resolvê-la. O Concílio de Trento, realizado em 1545, decidiu pelas alterações no
calendário da Igreja, cabendo a Gregório XIII instituir o novo calendário, que
passaria a chamar-se calendário gregoriano em sua homenagem. Para
adequar a data da Páscoa com o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, o
papa Gregório XIII ordenou que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 passasse a
ser o dia 15 de outubro. Um salto de 11 dias! os dias bissextos não ocorreriam
nos anos centenários (terminados em 00), a não ser que fossem divisíveis de
forma exata por 400.
A maior
parte do mundo católico aceitou a mudança, mas foram vários os países que
rejeitaram a alteração, fazendo com que mais de um calendário existisse no
mundo cristão. Os últimos países a adotarem o calendário gregoriano na Europa
foram a Grécia, em 1923, e a Turquia, em 1926.
Tales Pinto,historiador