domingo, 7 de dezembro de 2025

Subia

 



Subia o declive da minha fria cidade natal

Com a força de um cidadão inquieto e banal.

Subia na companhia do nevoeiro infernal

Que se alojava como canto de galo matinal.

Subia ladeada por uma luz amiga e especial

Que me abraçava com carinho descomunal.

Subia ao som de uma doce canção de Natal

Que se aninhava no meu coração mortal!

 

Subia e acontecia magia nas ruas da cidade

Que se vestia com cores e laços de verdade

Com luzes bruxuleantes que apetecia roubar,

Com árvores festivas que almejava arrancar

Para, mais tarde, abraçar, acariciar, beijar…

Porque os seus vermelhos, verdes e amarelos,

Eliminavam da minha alma todos os flagelos!

 

Subia e acontecia magia nas pessoas sofridas

Da urbe, pois reascendiam esperanças perdidas,

Afastavam a paz tolhida do seu sofrido dia a dia,

Rasgavam janelas com espadas e com ousadia

Para derrubar medos que coartam a doce utopia.

 

Subia e acontecia magia na minha alma, nesse dia.


Professora Emília Maria Barbeira, Escola da Sé

Foto: Professora Margarida Gama, Escola da Sé