Subia
o declive da minha fria cidade natal
Com
a força de um cidadão inquieto e banal.
Subia
na companhia do nevoeiro infernal
Que
se alojava como canto de galo matinal.
Subia
ladeada por uma luz amiga e especial
Que
me abraçava com carinho descomunal.
Subia
ao som de uma doce canção de Natal
Que
se aninhava no meu coração mortal!
Subia
e acontecia magia nas ruas da cidade
Que
se vestia com cores e laços de verdade
Com
luzes bruxuleantes que apetecia roubar,
Com
árvores festivas que almejava arrancar
Para,
mais tarde, abraçar, acariciar, beijar…
Porque
os seus vermelhos, verdes e amarelos,
Eliminavam
da minha alma todos os flagelos!
Subia
e acontecia magia nas pessoas sofridas
Da
urbe, pois reascendiam esperanças perdidas,
Afastavam
a paz tolhida do seu sofrido dia a dia,
Rasgavam
janelas com espadas e com ousadia
Para
derrubar medos que coartam a doce utopia.
Subia e acontecia magia na minha
alma, nesse dia.
Professora Emília Maria Barbeira, Escola da Sé
Foto: Professora Margarida Gama, Escola da Sé
