Um poema, um abraço ao CASTANHEIRO
FRONDOSO
Que também tem um tronco bastante
portentoso
E a todos oferece, diariamente, um
ar amistoso
E um e outro braço carinhoso.
Por isso, ninguém fica indiferente
ao caloroso
Amigo que também não é medroso.
A sua proveta idade permite-lhe um
calmo olhar
Para usufruir das belezas da terra
de forma peculiar.
No Dia de São Martinho, oferece
belas castanhas
Que foram apanhadas com entusiasmo
e manha,
No colorido outeiro ou na
agreste montanha,
Porque os ouriços dão picadas
tamanhas
Quando lhe roubam o fruto das
entranhas!
No Dia onze de novembro, diz o povo
sábio
No seu convincente e expressivo
provérbio:
- Assa castanhas e prova com amigos
o vinho,
Pois também, nesse dia, São
Martinho
Deixou a todos um solidário mote,
Ao dividir com os pobres o seu
capote! 21.09.2023
O outono às vezes vem de dentro,
Porque daí vem um sopro de vento
Daí brota um feroz tormento
Que abala qualquer convento
E num momento
Tudo acaba sem qualquer argumento!
O outono às vezes emerge do lado de
fora
Através da flora e sem demora
Surgem vermelhos, castanhos e
amarelos
Assomam aqui e ali apetitosos
cogumelos
Surgem castanhas saboreadas como
caramelos
Ou amarelos e lisos marmelos
Para adoçar a vida com ou sem um
violoncelo!
O outono quer venha do lado de
dentro
Ou inesperadamente surja de fora
Pode ser saboroso como doce
amora! 22.09.2023
Professora Emília Barbeira, Escola da Sé
Foto, Professor João Silva
