segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Um poema, um abraço ao castanheiro frondoso


 

Um poema, um abraço ao CASTANHEIRO FRONDOSO

Que também tem um tronco bastante portentoso

E a todos oferece, diariamente, um ar amistoso

E um e outro braço carinhoso.

Por isso, ninguém fica indiferente ao caloroso

Amigo que também não é medroso.

A sua proveta idade permite-lhe um calmo olhar

Para usufruir das belezas da terra de forma peculiar.

 

No Dia de São Martinho, oferece belas castanhas

Que foram apanhadas com entusiasmo e manha,

 No colorido outeiro ou na agreste montanha,

Porque os ouriços dão picadas tamanhas

Quando lhe roubam o fruto das entranhas!

 

No Dia onze de novembro, diz o povo sábio

No seu convincente e expressivo provérbio:

- Assa castanhas e prova com amigos o vinho,

Pois também, nesse dia, São Martinho

Deixou a todos um solidário mote,

Ao dividir com os pobres o seu capote!  21.09.2023

 

OUTONO

O outono às vezes vem de dentro,

Porque daí vem um sopro de vento

Daí brota um feroz tormento

Que abala qualquer convento

E num momento

Tudo acaba sem qualquer argumento!

 

O outono às vezes emerge do lado de fora

Através da flora e sem demora

Surgem vermelhos, castanhos e amarelos

Assomam aqui e ali apetitosos cogumelos

Surgem castanhas saboreadas como caramelos

Ou amarelos e lisos marmelos

Para adoçar a vida com ou sem um violoncelo!

 

O outono quer venha do lado de dentro

Ou inesperadamente surja de fora

Pode ser saboroso como doce amora!  22.09.2023

 

Professora Emília Barbeira, Escola da Sé 

Foto, Professor João Silva