A poesia tem
muito que se lhe diga... No entanto, este é o tipo de texto que mais aprecio e
com o qual mais me identifico.
Em primeiro
lugar, salientar o facto de um poema ter sempre “n” mensagens nas entrelinhas.
Mal avanço um ou dois versos, deparo-me logo com centenas de tesouros por
desvendar: formas de interpretação distintas, rimas e musicalidade, recursos
expressivos (também conhecidos por figuras de estilo) ... culminando num misto
agridoce de magia, acompanhado de um fenomenal molho de emoção.
Como diziam
os populares, “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Por vezes, o sujeito
poético está “mudo”, algo que se reflete quando os poemas são curtos; mas isso
não significa que não sejam verdadeiras obras de arte, verdadeiras imagens para
se mirar e remirar.
O poeta é um
ser escasso, autêntico, singular. É um ser mágico que sonha como ninguém, que
vê tudo em primeiro lugar e que valoriza cada detalhe. O poeta é um artista (no
sentido literal da palavra)! O poeta é o Deus da Criatividade.
Seja sobre
guerra ou paz, a poesia é esbelta! Estamos no mês de março, próximos do início
da primavera, a estação do renascimento da natureza: regressam as aves do sul,
desabrocham as flores multicores e em alguns corações, desperta o amor. A
verdade é que este foi sempre um tema intemporal: já Camões usava o seu poder
enquanto poeta para exprimir o afeto que lhe ia no interior. Existem poemas
sobre tudo e para todos... é só escolher!
Tudo o que
escreva sobre a poesia ficará, com certeza, aquém da sua grandiosidade. E
assim, finda a minha epístola à poesia.
Gonçalo Martins Valgôde, Português, nº5,
8ºA - CBA